Saúde Mental (Artigo 6): Síndrome de Burnout
por Silvia Trein, 27/06/2023
Em português, “Burnout” pode ser traduzido como “Esgotamento Profissional” ou “Síndrome de Burnout”.
A Síndrome de Burnout é um estado de exaustão física e mental decorrente do estresse crônico relacionado ao trabalho.
É caracterizada por um sentimento de esgotamento emocional, despersonalização (atitude negativa, cínica e insensível em relação ao trabalho e às pessoas envolvidas nele) e diminuição da realização profissional.
Os sintomas comuns da Síndrome de Burnout incluem exaustão constante, falta de energia, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, sentimentos de incompetência, desmotivação, isolamento social, aumento do consumo de substâncias (como álcool ou drogas), dores de cabeça e musculares, além de problemas de saúde, como hipertensão e problemas cardíacos.
A Síndrome de Burnout não possui uma cura definitiva, no sentido de eliminar completamente todos os sintomas de forma permanente. No entanto, pode ser tratada e gerenciada com sucesso, permitindo que a pessoa recupere sua qualidade de vida e retorne a um estado saudável.
O tratamento do Burnout geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir terapia psicológica, mudanças no estilo de vida, técnicas de relaxamento, prática regular de exercícios físicos e apoio social.
A terapia psicológica, como a terapia cognitivo comportamental, pode ser especialmente útil no tratamento do Burnout, ajudando a identificar e modificar padrões de pensamento negativos, desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis e promover a autorreflexão.
Além disso, pode ser tratada por uma equipe multidisciplinar, que inclui profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, juntamente com médicos de outras especialidades, se necessário.
No entanto, é comum que o tratamento inicial seja realizado por um psicólogo, que é capacitado para realizar avaliações, oferecer apoio psicoterapêutico e ajudar o indivíduo a desenvolver estratégias para lidar com o estresse e prevenir o Burnout.
O papel do psiquiatra pode ser importante em casos mais graves, nos quais os sintomas da Síndrome de Burnout estão acompanhados de outras condições de saúde mental, como depressão, ansiedade ou distúrbios do sono. O psiquiatra pode avaliar a necessidade de intervenção medicamentosa, se for apropriado, e fornecer acompanhamento médico especializado.
É importante lembrar que a recuperação do Burnout pode levar tempo e exigir um compromisso contínuo com o autocuidado e a adoção de hábitos saudáveis. O processo de recuperação varia de pessoa para pessoa, e a resposta ao tratamento também pode ser influenciada por fatores como a gravidade dos sintomas, o apoio social disponível e as condições de trabalho.
No entanto, com o tratamento adequado e a implementação de mudanças positivas no estilo de vida e no ambiente de trabalho, muitas pessoas conseguem superar o Burnout, reduzir os sintomas e melhorar significativamente sua qualidade de vida.
O objetivo do tratamento é ajudar a pessoa a gerenciar o estresse de forma saudável, desenvolver resiliência e prevenir recaídas no futuro.
As sequelas da Síndrome de Burnout podem ser graves e afetar diferentes aspectos da vida do indivíduo. A pessoa pode enfrentar dificuldades em sua vida profissional, como queda de desempenho, afastamento do trabalho ou até mesmo a perda do emprego.
Além disso, pode haver impactos negativos na saúde física e mental, levando ao desenvolvimento de distúrbios como ansiedade, depressão e doenças relacionadas ao estresse. As consequências para o trabalhador podem ser prejudiciais, afetando sua saúde, satisfação profissional e qualidade de vida.
Para a empresa, o Burnout pode levar a uma redução da produtividade, aumento do absenteísmo e presenteísmo (termo se refere ao comportamento de pessoas que, mesmo presentes fisicamente, têm seus pensamentos longe das tarefas do trabalho que precisa desenvolver), aumento do número de erros, rotatividade de funcionários e deterioração do clima organizacional. Além disso, pode haver um impacto negativo na reputação da empresa.
Existem alguns indicadores que podem ajudar a identificar a presença da Síndrome de Burnout, como o aumento do número de faltas no trabalho, diminuição do desempenho, conflitos interpessoais, comportamentos de isolamento e mudanças de humor significativas.
De acordo com artigo publicado em maio/2023, pela Associação Americana de Psicologia (APA), confirmam, por meio de pesquisas científicas de ponta, que os funcionários que experimentam o verdadeiro esgotamento profissional no local de trabalho acabam apresentando:
- Aumento de 57% no risco de ausência do trabalho por mais de duas semanas devido a doença.
- Aumento de 180% no risco de desenvolver transtornos depressivos.
- Aumento de 84% no risco de diabetes tipo 2.
- Aumento de 40% no risco de hipertensão.
- Além disso, o esgotamento profissional no local de trabalho pode prejudicar a memória de curto prazo, a atenção e outros processos cognitivos essenciais para as atividades diárias de trabalho.
Para prevenir o Burnout, as pessoas podem adotar algumas medidas, como estabelecer limites claros entre trabalho e vida pessoal, praticar atividades de relaxamento e lazer, buscar um equilíbrio saudável entre as demandas do trabalho e as necessidades pessoais, cuidar da saúde física e mental e buscar apoio social.
As empresas também têm um papel importante na mitigação dos riscos de Burnout. Elas podem promover um ambiente de trabalho saudável, estimulando a comunicação aberta, oferecendo programas de bem-estar e qualidade de vida, incentivando o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, promovendo a participação dos funcionários na tomada de decisões e garantindo condições adequadas de trabalho, como uma carga horária razoável e um ambiente físico seguro e confortável.
Além disso, é importante que as empresas tenham políticas claras para lidar com o estresse e o esgotamento dos funcionários, incentivando a busca por ajuda profissional quando necessário.
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